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domingo, 4 de dezembro de 2016

Autoridades alertam sobre 'sexting' e 'sextorsão'

Para alertar a população sobre o crescente número de casos de "sextorsão", crime de chantagem após o chamado "sexting" (compartilhamento de conteúdo íntimo em sites e aplicativos de smartphone), as autoridades britânicas lançaram nesta quarta-feira um vídeo de conscientização.
O número de casos de “sextorsão” mais que dobrou em um ano no Reino Unido, passando de 385 para 864 registros entre 2015 e novembro de 2016, segundo a Agência Nacional de Crimes (NCA, na sigla em inglês).
A chamada “sextorsão” é a chantagem que induz pessoas a se expor sexualmente sem saber que estão sendo filmadas.
Uma identidade falsa é usada para persuadir alguém a se despir ou praticar algum ato sexual e, em seguida, a pessoa por trás do crime ameaça divulgar o conteúdo em troca de dinheiro.
De acordo com a polícia, quatro homens cometeram suicídio no país em 2016 depois de sofrer o crime. A NCA afirmou acreditar que o número de vítimas é muito maior e que muitas simplesmente não prestam queixa.
Cerca de 95% das vítimas de sextorsão são homens, de acordo com a NCA.  As vítimas têm entre 14 e 82 anos, mas o principal alvo é o grupo com idades entre 21 e 30 anos.
Pensamentos suicidas
Gary, um adolescente britânico da região de Hampshire, foi chantageado depois de frequentar sites de encontro online.
“Ela me convidou para falar na webcam, ela tinha a mesma aparência de sua foto de perfil. O vídeo durou entre 30 e 45 minutos, tudo pelo telefone. Ela dizia ‘me mostre um pouco mais, mostre seu rosto’”, disse à BBC.
“Então apareceram mensagens dizendo ‘pague 500 libras (R$2,1 mil) ou isso vai para as redes sociais’, listando todos os contatos dos meus amigos”.
Gary disse ter se preocupado com o que aconteceria caso o vídeo fosse publicado - teve medo de perder seu emprego. “Eu pensei em suicídio, seria muito constrangedor”, disse.
Em vez disso, Gary disse ter ido à polícia, que “lidou bem com o problema e o ajudou a falar com alguém”, segundo ele. “Eu segui minha vida. Há sempre vida depois disso, mas eu não estaria aqui hoje se não tivesse falado com alguém”, disse.
Segundo Roy Sinclair, gerente de investigações da NCA, a reação inicial de ficar calado é comum. “Isso acontece porque frequentemente as vítimas sentem vergonha, mas obviamente os criminosos contam com essa reação para conseguir o que querem”, disse à BBC.
No ano passado, mais de 40 pessoas foram presas nas Filipinas em conexão com casos de sextorsão. Há uma investigação a nível internacional ligada aos suicídios registrados este ano.
Conteúdo BBC:














Paro: A foca robô que promete ajudar idosos com demência

Robôs e computadores inteligentes estão começando a conquistar espaço em casas de repouso de Oxford, no Reino Unido.
É o exemplo de Paro, essa foca filhote que promete ajudar idosos que que estão desenvolvendo ou já apresentam sinais iniciais de demência e moram em lares ligados ao sistema de saúde inglês, o NHS.
Ele é como um boneco de pelúcia por fora, mas, por dentro, é muito mais do que um brinquedo: é um computador altamente sofisticado – mas coberto de pêlo artificial.
O Paro responde a interações, como sons de voz e afagos, piscando os olhos e movendo a cabeça e a cauda, o que gera conexões físicas e emocionais com os idosos.
Desde que chegou ao asilo Longland, há três meses, por exemplo, teve um enorme impacto sobre os moradores.
Os funcionários da casa dizem que a foquinha oferece todos os benefícios da terapia animal sem o risco de infecção e a necessidade de alimentação.
Segundo relatórios iniciais desses testes, o robô ajudaria alguns dos pacientes a se acalmarem e os deixaria menos angustiados. Em outros, provocaria memórias amorosas.
Além disso, lembraria àqueles que não podem sair das instalações médicas da experiência de cuidar de animais de estimação.











A sangrenta batalha da 1ª Guerra Mundial travada frente à costa da América do Sul

No domingo 1° de novembro de 1914, às 16:30 da tarde, foram ouvidos os primeiros canhões na Baía de Coronel, no sul do Chile.
É uma guerra europeia frente à costa sul-americana.
A frota alemã, integrada por cinco cruzadores e dirigida pelo almirante Maximilian von Spee, forma uma espécie de cerco na Baía de Coronel, deixando as quatro embarcações inglesas, comandadas por Sir Christopher Cradock, fora de águas neutras.
O cruzador alemão S.M.S Scharnhorst é o primeiro a abrir fogo contra o cruzador britânico H.M.S Good Hope, que começa a queimar rapidamente.
O mesmo aconteceria em seguida com o H.M.S Monmouth, que foi alvejado por duas embarcações alemãs.
Relatos da época dão conta de que as labaredas dos navios ingleses alcançaram 60 metros, algo como um edifício de 20 andares.
Quando caiu a noite, a frota de von Spee já era tida como vencedora. As embarcações britânicas que conseguiram se salvar retornaram avariadas ao porto de Coronel. Nesse momento, três navios alemães já haviam partido vitoriosos para a cidade de Valparaíso.
A batalha de Coronel ou "do Dia de Todos os Santos", foi o acontecimento bélico mais sangrento na costa chilena por seu grande número de mortos (1.590).
O historiador naval Germán Bravo Valdivieso, autor do livro "A Primeira Guerra Mundial na costa do Chile: uma neutralidade que não foi assim", explica à BBC Mundo que esta derrota não foi "só mais uma" para os britânicos.
"Esta é a primeira derrota do Reino Unido depois de mais de um século invictos, e com a qual perderiam logo o controle do Pacífico Sul", disse à BBC Mundo.
A derrota foi um golpe duro. Nem sequer o almirante Cradock conseguiu sair vivo das águas. A Armada do Chile enviou um transporte marítimo em busca de náufragos, mas não foram encontrados sobreviventes.
Brincadeira interrompida
Uma testemunha da época, ainda que muito jovem, foi o já falecido avô de Manuel Gutiérrez González, historiador chileno, que se interessou em investigar mais sobre esse episódio.
Manuel González Espinoza tinha 7 anos quando presenciou a batalha do setor de Buen Retiro, na cidade de Coronel.
Seu pai, Manuel González Thompson, era administrador das minas de carvão de Buen Retiro e por conta disso sua casa ficava no topo de um morro com ampla vista para o mar.
As lembranças de Manuel González Espinoza começam quando brincava à tarde com seu irmão menor, Francisco.
A brincadeira foi interrompida por um chamado apressado de seu pai, que os levou à varanda e pediu que olhassem para o horizonte.
"Percebi um ruído, logo vi as labaredas no horizonte, perto da ilha Mocha, onde era possível ver o combate", contou Manuel González há exatos 18 anos ao neto Manuel Gutiérrez.
Ainda que não exista uma localização precisa de onde a batalha ocorreu, historiadores como Germán Bravo estimam que pode ter ocorrido entre 10 e 20 milhas (entre 16 e 32 quilômetros) da costa.
"Pode ter acontecido ali pela dificuldade que os britânicos tiveram de ver os navios alemães no pôr do sol e ao se confundirem com a costa", conta Bravo à BBC Mundo.
Com essas distâncias estimadas, as labaredas das embarcações avariadas, como o H.M.S Good Hope o H.M.S Monmouth, podiam ser facilmente avistadas.
- A revanche
Mas a estratégia do Almirante von Spee, somada a uma série de eventos que poderiam ser considerados de "azar", fizeram com que a vitória alemã não durasse muito tempo. (...)
- Quase neutralidade
Um tema de discussão no Chile durante a Primeira Guerra Mundial foi sua neutralidade.
"O Chile se declarou neutro, mas ajudou abertamente às forças aliadas, inclusive o Ministro Plenipotenciário Britânico tinha muitos vínculos com a Armada do Chile", assegura Germán Bravo.
"Mas o que mais podiam fazer os chilenos? Se o Chile intervisse teria que apoiar a um ou a outro e com ambas nações tinha vínculos estreitos. Por exemplo no Exército com os alemães e na Marinha com os ingleses", acrescenta. (...)
- Rastros que falam
Mais de um século depois, na cidade de Coronel permanecem alguns rastros, sobretudo da forte influência britânica, refletida em algumas construções.
Com o auge das minas de carvão, os britânicos estiveram muito presentes na região, desde o final do século 19 até aproximadamente 1930.
O censo chileno de 1907 ressalta que entre os imigrantes de Lota e de Coronel (que representavam 10% da população), 8% eram cidadãos ingleses. (...)
Leia a reportagem completa em BBC:
- Natalia Messer -Especial para BBC Mundo, Chile -
CORTESÍA GERMÁN BRAVO VALDIVIESO